domingo, 29 de novembro de 2009

29 DE NOVEMBRO DE 2009

Noventa anos atrás, ou seja, precisamente no dia vinte e nove de novembro do ano de hum mil novecentos e dezenove, em uma pequeníssima cidade do Estado do Maranhão, nasceu uma linda menina, que veio a receber o nome de Izabel.
Devido às circunstâncias especiais de família - uma delas, a perda de seus pais, Izabel casou-se com a tenra idade de treze anos.
O jovem que a desposou chamava-se Francisco Assis, dez anos mais velho que Izabel e os dois experimentaram uma abençoada e harmoniosa vida conjugal que durou sessenta e quatro anos.
Francisco Assis era um lavrador, que conheceu a Cristo no fulgor de sua juventude. Sua conversão foi o marco inicial de profundas, duradouras e positivas mudanças em sua vida.
Ele foi diácono, presbítero e finalmente Pastor. Seu ministério pastoral ultrapassou a marca do meio século. Ao longo de sua vida leu as Escrituras Sagradas cerca de duzentas e sessenta vezes. Algo digno de figurar nas páginas do Guinness.
Seus nomes completos: Francisco Assis Gomes e Izabel Nunes Gomes. Eles tiveram 3 filhos: Heli, o primogênito e depois um casal de gêmeos. A filha se chama Essi e vive no Rio de Janeiro. Seu irmão se chama Geziel. Sou eu, portanto.
Hoje minha querida mãe completou noventa anos.
Seu aniversário foi comemorado em casa de minha irmã. Durante todo o dia ela recebeu inúmeros telefonemas de congratulações por esse evento singular (21-3363-0866).
Com superior satisfação, eu uso este espaço hoje para dedicar-lhe estas poucas mas sinceras palavras. Digo a seu respeito que ela tem sido mãe modelo, mãe amiga, mãe ideal.
Lembro-me dela como esposa de pastor, como mãe habilidosa e como mulher de Deus.
Ela exerceu por várias décadas o dom da hospitalidade, e ainda exerce.
Ela não possui mais o vigor dos dias passados, mas conserva viva a esperança dos dias futuros.
Alguns dias atrás, quando orava por sua saúde, eu a vi glorificando a Deus com profunda singeleza de alma e com línguas estranhas.
Eu me emocionei ao perceber a evidência de uma comunhão com Deus que os anos não eliminaram.
Não tenho a menor idéia de quantos anos ela ainda viverá nesta terra.
Mas sei de um desejo inquietante que enche sua alma de rever o seu esposo amado, que está "do outro lado" e que ela sabe que está mais vivo que ela, e em muito melhor lugar.
Não desejo lhe dedicar flores quando seu corpo estiver no esquife.
Quero que ela saiba que a homenageio enquanto ela pode ouvir e sentir a emoção e a gratidão de estar sendo ela abençoado, de mil maneiras, ao longo de meus sessenta e nove anos.
Parabens, minha mãe. És a minha Ana, a minha Joquebede, a minha Eunice de sempre.
Perdoa-me pelas vezes que te fiz sofrer.
Consola-te por saber que sou profundamente feliz.
Gostaria de ver-te viva, aqui na Terra, no teu centenário.
Desejo que o Grande Médico te dê a saúde que necessitas e te supra de tudo quanto porventura tiveres falta.
Queria recordar-te que não somente a mim tens abençoado, senão a muitíssimos outros, espalhados em muitas direções.
Seja a bênção do Senhor seja tão permanente na tua vida como o próprio ar que respiras.
Tua vida é uma evidência genuína do que declara a Palavra de Deus: "Os justos florescerão como a palmeira... na velhice ainda darão frutos".
Que eu possa continuar a desfrutar da sombra desssa palmeira e me deliciar com seus preciosíssimos frutos.
Tudo para a glória de Deus.
Parabens, mãe, pelos seus 90 anos.
Em meu nome, de minha esposa e de meus filhos, genro, noras e netos.
PARABENS.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PARA VOCÊ - QUE SOMENTE CHORA


Acabo de receberuma mensagem de uma pessoa muito amiga. Ela me escreveu dizendo que ultimamente tem chorado muito.
A vida humana não existe sem choro.
O primeiro ato do recém-nascido é chorar.
Quando se exala o último suspiro, o primeiro que fazem os circunstantes é chorar. E todos parecem esquecer o que disse O Barão de Montesquieu: "Devemos chorar as pessoas à nascença, e não quando da sua morte."
Mas há vidas tão preciosas, tão especiais, tão relevantes que para nós mil vezes melhor seria se jamais viessem a morrer.
Outras, como Manassés, morreram sem deixar saudades. Ou seja, ninguém chorou por eles.
Chora-se por nada e se chora também por tudo.
Há os poucos que choram quando ganham e os muitos que choram por perderem.
Há os que choram no reencontro, e os que choram na despedida.
A mãe chora quando vê o filho nascer, chora quando vê o infante crescer, mas chora muito mais quando “perde” o seu amado para aquele(a) que o(a) amou ainda mais.
Chorar envolve sentimentos profundos. Significa o derramar da alma.
Chora-se pouco nas alegrias, chora-se copiosamente quando as tristezas aparecem.
Chora-se no primeiro dia de aula; chora-se muito mais no dia da formatura.
Chora-se pelos parentes de perto que sofrem, bem como se chora pelos desconhecidos de longe. Aqueles são vistos todo dia; estes só são lembrados pelos flashes e manchetes da mídia.
Chora-se diante da sacrificial obediência dos filhos submissos. Chora—se ainda mais pela traição dos pródigos desalmados.
Chora o pastor pela ovelha desgarrada, chora o artista pelo quadro destruido, chora o órfão pelo(a) amado(a) que se foi.
Chora o turista sábio por tudo o que viu. Chora o viajante distraído por aquilo que deixou de ver.
Chora o comerciante pela falta de clientes. Chora o jogador pela vitória sofrida.
Chora Jacó por Raquel, chora Paulo pelos irmãos de Mileto, chora João pelo Cristo eterno, chora Jesus pela cidade de Jerusalém.
Todos choram. Melhor dizendo, todos choramos.
Você também chora.
Há os que dizem que chorar nada significa, mas outros, como Shakespeare, preferem declarar que "chorar é diminuir a profundidade da dor."
Fácil, bem fácil mesmo, é dar opiniões sobre o choro, quando as circunstâncias não o produzem. Difícil, bem difícil mesmo é impedir que se chore quando tudo indica que chorar é o que mais acertado se pode fazer.
Às vezes parece que existem aqueles que melhor demonstram sua alegria, chorando. E que dizer dos que se alegram, tentando mostrar que choram?
Talvez Tácito estivesse pensando nesses quando disse que “ninguém chora com mais ostentação do que os que mais se regozijam."
A Divindade se caracteriza pela impossibilidade de chorar.
Chorar, portanto, é quase o traço maior da prova da humanidade.
Isto posto, o grande monumento que evidencia a humanidade perfeita do Filho de Deus provavelmente é João 11.35: JESUS CHOROU.
Milhares de judeus teriam seguido o Nazareno se não tivessem ouvido Dele a sentença que os fez encher de desprezo pelo Messias de Israel: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”.
Não valem divagações quando o Mestre fala. Sua Palavra é a verdade. Chorar é bom e faz feliz.
Eu chorei, tu choraste, ELE chorou.
Apenas te digo que não chores sem consolo, ou seja, não chores longe Dele.
Ele é o Primeiro Consolador de nossas vidas.
E por haver regressado ao Seu Lar Celestial, brindou-nos com a oferta do Espírito Santo, o “outro” Consolador.
Se precisares “nadar o teu leito em lágrimas”, como hiperbolizou Davi, lembra-te de que é prova de sabedoria manter a disciplina sobre duas coisas na vida: saber chorar e entender quando parar de chorar.
O Mestre da Galiléia, que chorou no momento certo, disse para a viúva de Naim: “Não chores”.
Ela já havia chorado o suficiente.
Vale recordar a sentença-conselho Rabindranath Tagore. Ela pode de alguma maneira merecer atenção, especialmente para aqueles que não sabem por que choram, ou insistem em continuar a chorar depois de visivelmente confortados: "Se choras porque perdeste o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas."
Até que cheguemos ao Céu, o lugar sem lágrimas, mito teremos que chorar.
Mas não permitamos que o excesso de nossas lágrimas comprometa a abundancia de nossa alegria, transformando-a em escassez inócua.
Entre chorar e chorar o melhor a fazer é sorrir e sorrir.
Qualquer choro cambaleia quando ouvimos esta popularíssima expressão: “Sorri. Jesus te ama”.
Cada um de nós tem um pouco de Jeremias dentro de si mesmo. Mas, por que não ter, também, muito de Paulo? “Regozijai-vos. Outra vez vos digo: regozijai-vos”.
Leitores que choram, ouçam o que diz a Palavra eterna: “chorai com os que choram”.
Mas não fiquemos aqui. Vamos um pouco adiante: “Alegrai-vos com os que se alegram”.
Em conclusão, descansemos nossa alma com imortal declaração do salmista: O choro pode durar a noite toda, mas a alegria vem pela manhã”.