segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

PRAZO DE VALIDADE

Nos últimos tempos as pessoas têm se preocupado muito com as embalagens e as etiquetas dos produtos que adquirem nos estabelecimentos comerciais.

É que nelas aparece o prazo de validade de cada produto.

Depois das experiências de pessoas que adoeceram por haverem ingerido alimentos fora do prazo, e casos semelhantes, não somente a fiscalização se tornou rigorosa por parte do consumidor, como também do lado dos órgãos governamentais responsáveis.

Cada vez que uma fábrica ou laboratório completa a industrialização de um produto, fica estabelecido oficialmente o seu prazo de duração.

A Bíblia declara que as coisas naturais são sombra das espirituais.

No mundo espiritual não existem visivelmente etiquetas indicadoras do prazo de validade.

No entanto, o assunto merece algumas analogias.

Quando o pregador não se prepara para a entrega da mensagem de Deus aos seus ouvintes, ela costuma ser de curta duração.

Algumas mensagens já não são mais lembradas vinte e quatro horas depois de ouvidas. Assemelham-se a certos tipos de leite vendidos nos supermercados.

Não foi isto que aconteceu com o célebre sermão de Jonathan Edwards – PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO, que rompeu os séculos e não perdeu jamais a eficácia.

Quando cantamos ou ouvimos cantar o hino CASTELO FORTE nos damos conta de que seu prazo de validade aponta para séculos. Ele foi composto em 1529 e continua a emocionar e inspirar os que o ouvem.

Certos CDs vendidos na praça atualmente apresentam hinos que muitas vezes nem chegamos a ouvir por inteiro. Parecem indigestos. O prazo de validade não chega a cinco minutos.

Na maioria dos casos, são composições do autor. Trata-se, via de regra, de pessoas que trocam a humildade de depender de alguém que sabe, pela vaidade de fazer o que não sabem.

Nessa época contaminada pela síndrome de igrejas e ministérios de indivíduos, existem algumas, sem qualquer prazo de validade. Como resultado, jamais crescem. Quase vegetam, dir-se-ia.

Milhões de pessoas já leram o livro O PEREGRINO e foram profundamente edificados por ele.

Mas também sabemos de livros que tiveram apenas uma pequeníssima tiragem, que nunca foi vendida.

É uma questão de prazo de validade.

A Bíblia foi escrita com prazo de validade definido: PARA SEMPRE, Sl 119.89.

Quando Jesus ensinou a Oração Dominical deu-lhe um prazo de validade explícito: ela durará enquanto aqui na Terra estivermos.

Em Jo 17, na célebre Oração Sacerdotal, Jesus intercedeu pela Igreja de modo sublime efetivo.

Essa intercessão ainda hoje está produzindo efeitos no mundo espiritual. Que fantástico prazo de validade!

Existem coisas que aparecem e desaparecem.

Outras há que surgem e permanecem.

Algumas pessoas aceitam a Cristo no domingo e jamais regressam à Igreja. Decisões sem prazo de validade.

Outros, como Paulo, dizem com entusiasmo: "combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé".

Uma questão de prazo de validade.

O prazo de validade da fé, da esperança e do amor é muito extenso e foi definido pelo apóstolo Paulo com duas palavras: agora permanecem.

Isto posto, enquanto não ocorrer o arrebatamento coletivo da Igreja, teremos que conservar a fé, alegrar-nos na esperança e manter aquecido o amor.


 


 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

UMA BÊNÇÃO CHAMADA SINCERIDADE

Uma das mais encantadoras experiências da vida é privar da amizade de uma pessoa sincera.

Sinceridade era uma das marcas do caráter do patriarca Abraão. Deus mesmo disto deu testemunho, Gn 20.4-6.

Qual será o verdadeiro motivo da escassez de pessoas sinceras, em nossos dias? Ao formular esta pergunta, recordo as palavras de Rochefoucauld: "A sinceridade é uma abertura do coração. Encontramo-la em muito poucas pessoas, e essa que vulgarmente por aí se vê não passa de uma astuta dissimulação para atrair a confiança alheia".


 

O sagrado Ministério do Evangelho exige que dele façam parte pessoas sinceras. Ser desprovido de sinceridade é ser incapaz de exercer as nobres responsabilidades atinentes ao exercício regular do Ministério designado pelo Senhor Jesus.


 

Mas a sinceridade não deve ser uma virtude exclusiva ou privativa das autoridades eclesiásticas, senão de todo o povo de Deus, tal como ouvimos dos lábios do grande líder e guerreiro Josué: "Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade". Js 24.14.


 

A sinceridade revela a natureza da pessoa que a possui, a ponto de tornar-se transparente, diante de qualquer situação. Os não-sinceros nunca podem ser devidamente avaliados, visto que oscilam no que dizem e no que fazem, demonstrando uma ridícula fraqueza, uma legítima anemia moral.


 

Por tal motivo, não se toma muito tempo para identificar o homem sincero, ao passo que se erra bastante quando se lida com a pessoa insincera. Como disse o Marquês de Maricá, "agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos".


 

Precisamos de mais sinceridade nos púlpitos, nos hinos, nas orações, nas ações e nas intenções.


 

Como é lindo recordar a declaração do rei Davi: "Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas" I Cr 29.17.


 

Quando a demagogia, a hipocrisia e a malícia tomam o lugar da sinceridade, não se pode esperar um verdadeiro sucesso na Obra de Deus. A sinceridade se relaciona intimamente com o estado do coração, de sorte que ela permeia toda a integridade que se aloja dentro do ser humano. Jó declarou: "As minhas palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com sinceridade o que sabem". Jó 33.3.


 

Na teologia paulina aprendemos que a sinceridade se contrapõe à malícia, assim como a verdade à corrupção, " Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." I Co 5.8.


 

É repulsivo ouvir uma declaração de um líder, quando não é sincera. É abominável seguir alguém que estabelece sua liderança sobre os escombros da falsidade, vindo a tornar-se um falsificador da Palavra de Deus, II Co 2.17.


 

Amemos a verdade – e pratiquemos a sinceridade. Essa é a grande meta da vida cristã, proposta pelo apóstolo, Fp 2.15.


 

Para atingi-la, é preciso determinação. É mister perseverança. Requer paciência e firmeza, mas é possível obtê-la. O único que precisamos considerar é que ser sincero é muito mais do que parecer sincero. Como escreveu André Gide, "não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecê-lo".


 

Que Deus nos conceda um grandioso e genuino Avivamento, com maravilhosos ventos de poder que se façam acompanhar de bênçãos múltiplas. Dentre elas, não nos falte uma bênção chamada sinceridade.